22.8.02
Piedade
Não tenho pena das vítimas da fome
Nem dos flagelados pelas guerras
Nem dos pais que perdem seus filhos
Não tenho pena dos aleijados e deficientes
Nem dos que são solitários
Nem dos que têm doenças terminais
Não tenho pena dos sem teto
Nem dos sem terra
Nem dos desempregados
Eles estão vivos
E de alguma forma
Podem compensar suas penúrias
Dignos de pena mesmo
São os pobres de espírito
Tenho pena dos preconceituosos
E dos invejosos
E dos intolerantes.
Tenho pena dos donos da verdades
E das mentes decadentes
E dos que se mantêm na ignorância
Tenho pena dos sem esperança
Dos sem sonhos
Das pessoas-zumbi
Esses não têm jeito
Respiram, andam e falam
Mas não estão vivos há muito
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário