Pensei que todo o problema era não conseguir correr até minha pernas virarem geleia. Não ter o fôlego necessário para seguir desabaladamente até o fim do dia, para ficar longe dos olhos de quem eu detesto e quero o máximo de distância.
Mal sabia que para conseguir fugir eu devia era desaprender a andar. Desaprender a me mover. Até como pensar eu deveria esquecer como se faz. Devia virar um objeto, inanimado, no canto mais escuro da minha casa e deixar o tempo passar, com sua poeira inevitável, suas teias de aranha e suas lembranças inúteis.
De outra forma, não há fuga possível de dentro do seu próprio esquife.
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