5.2.06

Sem noção


Sem a menor noção da realidade, resolveu desafiar o destino inevitável. Tinha alguma ideia da roubada em que estava se metendo, claro. E não eram apenas os alertas dos amigos sinceros e as célebres e várias histórias com finais infelizes que conheciam que indicavam o resultado dessa "coragem": mesmo ele, intimamente, sabia que não ia se dar bem.

- Vou fazer merda - pensava.

Mas era teimoso. Não seria uma "quase certezazinha de nada " de que se ferraria que o impediria de tentar. E seguiu firme para seu holocausto. Seus conhecidos de longa data nunca o viram tão empenhado em uma conseguir algo, no caso, se estrepar. "Sem noção é pouco!" diziam os mais chegados. Por esse tempo, a máxima "se conselho fosse bom não seria dado, e sim, vendido" era seu bordão.

Sua preparação não foi muito apurada. Pra falar a verdade, ele não fez nada, era como um carro desgovernado em direção a um muro. E os resultados, de certa forma, seriam bem parecidos. Sentia-se irreparavelmente impelido e fazer o que faria. Como um meteoro atraído pela gravidade, mesmo que isso significasse sua desintegração.

Estava decidido. Era mais forte que ele. Pegou o telefone e ligou para ela. Estava mesmo apaixonado.

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