21.12.01

A coisa



Uma conjunção de enzimas que passam por suas sinapses. Euforia, excitação, adrenalina passando pelo seu sangue, algo físico, biológico. Mutações corpóreas imperceptíveis ocorrem. Misture a isso a concepção cultural que se faz do termo. Visões românticas e idealizadas. Nada disso revela seu eterno mistério. É algo indefinível, incomensurável. O objetivo principal da vida, força motriz de tudo, elemento básico da busca incessante dos homens pela felicidade. Nem mesmo as metáforas o definem. Poetas e filósofos tentam em vão, desde tempos imemoriais. Resta apenas deixar-se envolver, se afogar nele, sem restrições, sem limites. Se não, não é ele. Quando ele chega não há mais nada: sua amplitude é infinita. Não há coordenadas, mapas ou algo que guie no meio de seus caminhos tortuosos. E sua maior dádiva é justamente essa: a oportunidade de se perder para sempre, não achar sua saída.

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