4.6.02

Diálogo


– Oi! Tudo bom?
– Não…mas o senhor não tem nada a ver com isso.
– Desculpe?!?!
– Não nada a ver no sentido de "não te interessa", e sim no sentido de "o sr. não tem culpa".
– Mas o que você tem?
– Ahn, agora eu teria que falar o mesmo, só que no primeiro sentido…
– O que?
– Nada, esqueça.
– Posso te ajudar?
– Não. Eu pedi sua ajuda, meu senhor? Pareço precisar de ajuda? Eu nem conheço o sr.!!!
– Calma, filho, não precisa ser mal educado!
– Ah, tá, desculpe. Mas o senhor pode puxar papo com outra pessoa, por favor?
– Nem poderia, não…estou sentado do seu lado…
– Sinta-se a vontade para mudar, senhor!
– Não precisa, filho…eu me calo

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– O senhor me desculpe…estou cheio de problemas e não estou muito pra conversas hoje…
– Tudo bem, filho…vou respeitar isso e me conservar em silêncio
– Obrigado…descontei no senhor algo que não tem nada a ver contigo
– Sem problema
– Não costumo ser tão grosso. Queria realmente que…
– Tá bom, filho, já entendi
– O senhor ficou chateado comigo, né?
– Isso não vem ao caso…Queria silêncio, lhe dei meu silêncio. Não precisa se justificar
– Tá, entendo…mas não queria que…
– Filho…chega. Não quero mais conversa…
– Como assim?

– Ei? Não precisa me ignorar também.

– Nossa…quanto rancor! Assim o senhor acaba tendo um ataque cardíaco!
– ERA O QUE ME FALTAVA! Primeiro não quer conversa; agora, fica falando como uma matraca…e ainda me roga uma praga? Ah, me desculpe, meu filho, mas vou descer agora…

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– Nossa…que velho mais mal educado!!! O problema do mundo, hoje, é esse….essa total falta de diálogo!!!


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