9.7.02

Arma Branca


Ser vivo é viver
Me recuso a apenas existir
Vivo, recluso; Não compactuo
Com esse mundo
Repleto de seduções decadentes
Não toco mais essa estrada
De limites
Minha luta é surda
Discreta
Minhas armas não têm porte
E se não funcionam sempre
Não é por isso que não vou
Dispará-las:
Todo dia puxo seu gatilho
Apesar do alvo distante
Se minha visão se turva
Miro no meio dos olhos
O tiro pode não ser fatal
E nem minha intenção é de morte
Quero apenas feri-la
Então eu pego essa vida machucada
E a curo com minhas próprias mãos

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