23.5.03

Teologia da birita


Desde os primeiros fermentados no antigo Egito.
Desde as índias andinas que mastigavam a semente, produzindo o sagrado extrato.
Desde os tonéis que maturavam a cevada e o malte, com divina paciência.
Homens sempre beberam; aprenderam com suas divindades imemoriais a apreciar a catarse provocada pelos compostos etílicos. Sabem dos seus poderes libertários, e – porque não? – reveladores.
Deus deu a matéria prima: a cana de açúcar, a cevada, o malte, a uva, as ervas, o arroz;
Deu-nos também o engenho para criar o néctar que nos aproxima a Ele; Nos aproxima sim, posto que ao bebermos, podemos tudo. Ou quase tudo.
A bebida não é uma religião, pois a transcende; A bebida é sagrada
O vinho, transubstanciado, é o próprio sangue de Cristo: é preciso maior prova da sua sacralidade?

Não considerem o ébrio um fraco; o momento da embriaguez é um momento de iluminação.


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