7.8.02

Desperdício


Desperdício é perder o contato com quem se gosta. Não só o contato físico, que no final, a despeito do que pensam as mentes lascivas e sexistas, nem é o mais importante. Falo de um contato mais sutil. Algo como mentes em sintonia, ou algo do gênero. E foi gratuitamente, assim, do nada – ou nem tão do nada assim. Erro eu, erra você, no fim erramos todos e perdemos a direção. Não que antes houvesse alguma estrada a ser trilhada, algum caminho em comum. Poderíamos, ao menos, poder mandar tchauzinho um para o outro, cada qual em sua trilha. Hoje? Nem isso. Não há mais diálogo, não há mais nada.

Será mesmo algo irreversível? Será que o que tínhamos é algo morto, putrefato, enterrado em catacumbas seculares? Não quero crer nisso, não mesmo. Mesmo as mais distantes paralelas se cruzam no infinito. E lá, nesse lugar hipotético, nesse Éden imaginário, estaremos tão perto que nossas mãos acenando poderão se tocar.

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