4.9.02

Uma outra manhã


Aspirei todas as lágrimas num dia de sol. Ainda gotejava o orvalho da fria noite anterior e nem os pássaros ousavam sair dos seus ninhos. Revi cada ato dessa vida que me esbofeteava a cara a cada manhã e finalmente compreendi porque cada queda é uma nova conquista. Saí nu pelo quintal da casa, fazendo questão de deixar as roupas junto com as culpas vãs que me vestiam na cama.
Quando voltei à casa, já era outra manhã, um outro dia.

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